Passaram quase 30 anos desde que o telescópio Hubble levou a NASA à Nebulosa de Águia pela primeira vez. O telescópio James Webb, por seu lado, não poderia fazer mais justiça ao legado.
Se já olhaste para o céu numa noite estrelada, onde a poluição luminosa da cidade não chega, certamente deste por ti hipnotizado. Seja por alguns segundos e um pensamento sobre a beleza do quadro, ou por largos minutos e os clássicos “será que estamos sozinhos no universo” ou “o que é que haverá para lá do que se vê”, é difícil ficar indiferente à imensidão deste grande mar que se afunda no céu.
A resposta à primeira pergunta tarda em chegar mas, quanto à segunda, a NASA trabalha afincadamente para nos dar uma resposta. Exemplo disso é parte da “Nebulosa de Águia”, também conhecida por M16 – ou o 16º objecto catalogado por Charles Messier no seu catálogo de objectos “obscuros” que não são cometas, do século XVIII -, a 6.500 anos-luz, onde encontramos os Pilares da Criação.
À luz de um comprimento de onda muito próximo do infra-vermelho chegam-nos agora imagens que dão uma nova dimensão ao detalhe da região, dada a conhecer pelo telescópio Hubble, em 1995. Estima-se que algumas destas estrelas, ‘recém-nascidas’ no meio de gás e poeira interestelares, tenham apenas algumas centenas de milhares de anos.

“Estou impressionado por quão trasitórias são estas estruturas. Elas estão a dissipar-se perante os nossos olhos. A névoa azul em redor das extremidades mais densas dos pilares é material a ser aquecido e a evaporar-se espaço adentro”, revelava Paul Scowen, da Universidade do Arizona, aquando dos 25º aniversário do telescópio Hubble.
Scowen, em conjunto com o astrónomo Jeff Hester, liderou as observações originais do Hubble na Nebulosa de Águia.
Segundo a NASA, o brilho carmesim [dos Pilares] deve-se à actividade das moléculas de hidrogénio. Quando matéria com massa suficiente se forma, começa a colapsar sobre a sua própria gravidade, aquecendo lentamente até ao ponto em que pode formar uma nova estrela. Estas estrelas, ainda jovens, expelem jactos supersónicos que colidem com a matéria que as rodeia, resultando na activação das moléculas de hidrogénio envolvidas nesses jactos e choques.
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